A paixão que se sente pelo um clube de futebol é exprimida por gritos e himnos num estádio. O sentimento de pertencer a um clube, uma causa, uma família …
À primeira vista, nada pode reunir dois torcedores rivais, mas eles estão unidos pelo desporto. Cada um à sua maneira , defende o amor incontestável que ele traz para as suas cores. Em momentos de glória ou em dias de derrota, o torcedor balança entre o êxtase e a frustração.
Defendendo as cores do SC Braga, vi-me sentado entre os apoiantes do clã oposto, o FC Porto, na final da Taça de Portugal no 22 de Maio de 2016. Frustrado e um pouco preocupado, em primeiro lugar, observava minha « família » ao longe e gostaria de me juntar a eles.
Eu não fazia idéia, naquele momento, que o adversário iria me fazer um dos melhores presentes: ser testemunha da sua intimidade. Durante todo o jogo, eu assisti aos momentos íntimos do adversário. Teve o direito de ver seus hábitos, ouvir suas canções, seus momentos de dúvidas. Eu sentia o ódio que ele sentia para os meus. Tornou-se assustador, mas ao mesmo tempo tão fascinante. Este sentimento de insegurança deu lugar à curiosidade, à compaixão e à auto-compreensão. Estes adeptos do Porto não eram diferentes dos de Braga. São homens e mulheres a defender as suas cores . Humanos a exprimir sua paixão …
Isso deu-me um sentimento de comunhão na adversidade porque queríamos a mesma coisa: a vitória. Convido todos os fãs a pensarem por um instante no sentimento seguinte : Quando eu insulto um adversário, eu estou também a insultar-me… eu meto em questão o meu proprio sentimento humano de amor que eu tenho para minha « família ». Um torcedor deve principalmente apoiar o seu clube e mostrar que ele pode fazê-lo respeitando o adversário. Só assim pode ser possível ver fãs se misturarem num estádio e assim perder o medo de levarem seus filhos…
Um grande abraço ao Roberto Simoes (Neutro) e Victor Ribeiro (FC Porto) por me terem acompanhado e protegido 🙂
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